RIP
Esc. Belmiro Molande SJ
8 de Dezembro 1994 – 23 de Agosto 2023
A Companhia de Jesus lamenta a perda do escolástico Belmiro Molande SJ.
Belmiro Carlos Francisco Molande, nasceu em 8 de Dezembro de 1994 em Matewere, Distrito de Angónia, Província de Tete, Moçambique. Tinha um irmão gémeo, Rachid, e mais um irmão e duas irmãs, Cátia, Cremildo de Sousa e Carina Maria. Fez o seu ensino primário, primeiro em Matewere e depois em Ulónguè. Fez o ensino Secundário na Escola Secundária de Ulónguè, Angónia de 2010 a 2014. Em 2015, ingressou no seminário propedêutico dos Missionários da Consolata em Maputo. Em 2016, já candidato à Companhia de Jesus, foi enviado para o Colégio de Santo Inácio de Loyola em Chishawasha, Zimbabwe para aprender inglês e se preparar para o Noviciado. Entrou no Noviciado da Companhia de Jesus na Casa Xavier em Lusaca a 17 de Junho de 2017. Após os seus votos de biénio, foi enviado para a República Democrática do Congo para os estudos de filosofia.
Era um jovem confiante, responsável, líder, e orgulhoso do seu catolicismo. Foi dançarino na paróquia, membro do coro de Santa Cecília, e cofundador e assessor zeloso do grupo da Infância e Adolescência Missionária em 2012 na Paróquia de Nossa Senhora das Graças na Vila-Ulónguè. A pequenada com a qual trabalhou lembrar-se-á sempre do seu sorriso e animação. De 2012 a 2014, foi coordenador do grupo de acólitos na Paróquia. Também, exerceu as funções de Secretário da comissão dos acólitos na região de Angónia. Em 2014, foi chefe da sua turma e Chefe Geral do curso diurno na Escola Secundária de Ulónguè. O seu modo firme e participativo de liderança mantinha o grupo coeso e responsável.
Queria discernir bem a sua vocação e durante o seu noviciado, teve uma experiência no Mosteiro dos Beneditinos na Zâmbia, pois achava que o Senhor o podia estar a chamar para aquele tipo de vida. Contudo, achou a sua felicidade na Companhia de Jesus. O seu caracter discernido, conduzia-o a escolhas sábias, informadas e felizes. Era um jovem feliz! No noviciado tocava guitarra, cantava, dançava e constantemente animava o ambiente.
Tinha uma grande paixão pela cultura. Ensinou a dança marrabenta numa das comunidades de Canisius em Kimwenza. Além do sacerdócio ministerial, sonhava em estudar Antropologia Cultural. Buscava a sabedoria dos provérbios africanos. Era poliglota. Além da sua língua materna, Chichewa, ele lia, falava, e escrevia Português, Inglês, e Francês fluentemente. Esta qualidade facilitava a sua integração na cultura do povo no meio do qual ele vivia. O seu amor ao teatro e as suas habilidades em tocar instrumentos musicais (piano e guitarra) eram fontes de alegria para muitos.
Era um jovem disponível, aventureiro e missionário. Tinha a alcunha de “paz social”. De facto, Belmiro sempre transmitiu a paz e incentivou a convivência harmoniosa. É exatamente isso que ele fala no pequeno vídeo de sua campanha para a posição de coordenador/chefe de sua turma em Canisius, Kimwenza, “Tu, eu, todos nós, precisamos de paz. Não obstante, não é uma paz qualquer; é uma paz social.” Tinha começado o seu magistério a trabalhar na Escola Secundário Inácio de Loyola quando encontrou a sua morte num trágico acidente de viação. Ele será sempre lembrado pelas suas convicções, a sua busca incessante de harmonia, a sua alegria e a sua capacidade de se relacionar com todos.